terça-feira, 20 de maio de 2014

Fonte

Se correr o bicho do poema pega.
Desta forma, eu fico sentado e o coloco ao lado.
Poema.
Como um bicho de estimação.
Estimo que a cada segundo apareçam bons dias assegurados pela corrente.
A corrente que corre, líquida, veloz e não aquela corrente que prende e escraviza. a palavra e a fonte

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Geléia

Marco zero. Não existe. Coisas e coisas e mais coisas antes, bem antes do que eu penso que é zero, que é começo, início de tudo. Existe um suporte, hastes que sustentam o começar dos fatos. A fotografia de um mosquito transmissor da dengue, o filme do mesmo inseto espalhando o vírus, tudo na TV e impecavelmente descrito e mostrado. Pego a minha câmera de retratos e fotografo a migalha de pão sírio. A migalha marca muito mais do que meio século de farinha e água

domingo, 18 de maio de 2014

Caixas

Onde está o meu papelzinho que eu deixei no meu bolso esquerdo da calça?
Amassado.
Não tem importância, afinal, ele foi guardado para ser colado na minha caixa de materiais.
É a caixa que eu levo para as escolas e deixo a serviço dos trabalhos dos alunos.
Há os que têm estojos, canetas fluorescentes, borrachas japonesas, mas mesmo esses, necessitam de coisas extras.
As coisas devem ser distribuídas quando necessárias.
As coisas podem ser coladas no exterior das caixas para suscitarem nas cabeças das pessoas alguma imaginação, ou lembrança

terça-feira, 6 de maio de 2014

Dia de lelê


Oi pra você que ganhou de presente doce de leite.
Coisa fina, assim como o mel de laranjeira.
A cidade fica mais a oeste, chácaras e fazendas, leite e mel.
E o carinho?
Coisa de irmão, coisa de quem oferece um agrado.
Gotas de adoçante na xícara que espera o café.
Essa, uma outra oferta, uma outra gentileza, um outro tênis chique alimentando os pés.
Oferendas para um dia santo de lelê