sábado, 23 de abril de 2011


Assim desse jeito mesmo.
O jeito que cada um tem de se comportar em público.
De se comportar individual e duplamente.
Uma questão de performance e de integração entre o nosso palco e nós mesmos.
Um momento, dois e três.
Caber na afinidade de todo um processo.
Uma infinidade de um únido gesto, um beijo multiplicado até as tantas.
Tontos de tanto não pensar em pensar somente e tanto.
A gente só mente muito e acompanhado mente em dupla mente.
A mente da gente não estanca.
Estaca o coração vampírico que apenas pede, pede, pede e não doa.
Não me peça que não doa, porque dói saber que tudo isso é arte.
Doa a tua pele para que a caneta hidrocor te pinte e faça parecer que és tatuada.
Uma toada poética se a caneta escrever em ti um verso e mesmo até se figurar-lhe um pássaro.
Pensarás que tens asas e voarás como num sonho?
Certeza que não, afinal sabes descansar de um dia sobressaltado, usando um sobressalto quatorze nos teus pés já calçados.
Calças a mesa com uma passagem de ônibus dobrada, para que não caia o prato finamente pintado a mão pela moça da farmácia.
Os remédios que cortam o tecido da frente bem mais que o tecido do forro, são muito conhecidos pela farmacêutica.
Eu gosto muito de caqui duro e ele dura na boca, o quanto eu disser que ele doura, ele dura no meu dito o que o bendito dura.
Duro eu, doura você. douramos o quanto dura uma diligência pacifista na calçada da fama.
Fome é a fama que o marcketing prega e o prego é tâo duro e forte que a fome, medrosa que é, faz sua fama no esquecer-se dela.
A minha fome pela sua, nos traz a fama necessária aos dois que se inflamam na quentura dos espaços físicos.
A ideia que estamos próximos é tão palpável, que apalpamos um, a fome do outro, até que a fama não nos separa mais.
Famosos somos por não nos arrumarmos mais, por não nos separarmos mais, por estarmos unidos por uma taça portuguesa.
Conhecedora de lábios, a taça que não se deforma, conforma-se aos nossos e brinda.
Brincadeira de fidalgos, que se amam no redondo