quarta-feira, 30 de março de 2011


Meu curso é a comunicação feita através do texto não verbal.
O texto imagético, por exemplo, no qual a imagem fala.
Ao acaso, folheando um jornal, deparei-me com uma pequenina entrevista feita com o Antunes Filho.
Ao ser perguntado sobre como educar as pessoas a apreciarem o teatro, ele respondeu:
"A sociedade hoje é muito materialista. Como posso falar sobre a espiritualidade da arte?"
Completa dizendo que essa turma ama tudo que é caixa. Até o teatro virou mercadoria.
A caixa, a embalagem, a gente feito coisa, a desigualdade justa.
Penso que o importante mesmo é continuar dizendo, pintando, desenhando, costurando, tricotando, teatralizando, servindo à arte naquilo que ela quer dizer.
Ela talvez esteja particularizada no entre meio das coisas.
Falar sem a palavra, dizer.
É dificílimo mesmo a turma entender, ou então, talvez só a turma entenda, o importante é dizer para a turma, a turma se contradizer, porém ainda assim, é importante dizer da forma que se entende, nesse minuto, nesse segundo.
Digo isso, tendo quase certeza que esse texto contém coisas importantíssimas e quase certeiras e definitivas, quase.
Ao meu ver, arte é mistério, está no entre meio mesmo das coisas e deseja ser descoberta, deseja que alguém lhe tirem a cobertura que a esconde.
Descubram-lhe e lhe configurem.
Dêem-lhe figura, forma, jeito de coisa, coisa material.
Uma flor me deu a mão que cuida do jardim iluminado e tudo ficou ainda mais claro

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