segunda-feira, 4 de abril de 2011


Uma suave brisa tocou-me a cabeça.
Esse parte do nosso corpo que esquenta quando se é do fogo.
Meu filho me deu um abraço forte e me perguntou se eu estava com febre.
Não estava, sou do fogo e do peito para cima.
Do abraço acalorado.
Quando o espírito desceu sobre os apóstolos, desceu atingindo-lhes a cabeça.
Em constante vigília, atenção e espera.
Uma espera delicada, tênue, capaz de virar furacão quando tocada por algo interessante, algo que provoque na cabeça, o interesse.
Tudo está dançando à nossa volta.
Tudo e todos dançam, com mais ou menos intensidade.
Acabei de ver uma sequência de desenhos feitos a lápis, mostrados um a um, de cima para baixo, na tela do computador.
No final da sequência aparece a imagem do autor com um lápis preso à boca.
A enorme possibilidade do querer humano.
A boca faz parte da cabeça que se aquece ao perceber demasiado.
A boca emite sons e produz movimentos que podem gravar imagens.
A boca não fala, a cabeça sim.
Dê neles, um forte abraço.
Assim faz a jardineira quando aprecia as árvores da grande cidade.
Espera, vigia e planta espetáculos no dançar dos lábios

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