terça-feira, 5 de junho de 2012
Império d'água
A chuva chegou.
Com ela a cidade inteira impermeabilizada.
Como escrevi antes, acho linda a cidade plástica, plastificada.
Todos os bueiros entupidos pela deselegância humana.
Essa coisa a gente só vê quando chove.
As vezes a gente se esquece dessa característica típica da cidade.
Toda água escorrendo rápida e depois parando em poças imensas e perigosas.
A gente adora falar sobre o que não vê.
Essa coisa toda que tem a ver com meio ambiente e os discursos.
A prática é essa beleza.
Repito que a cidade certa é totalmente lisa, sem o relevo das árvores.
Certa - da certeza da realidade crua - que é instalada e instaurada pelo império da lei do mercado.
A cidade diferente dessa é uma das peças do nosso imaginário, que impera no nosso império quase sem noção.
A minha nação talvez seja estrábica, ou periférica
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2 comentários:
Amei demais o desenho que foi usado como ilustração e o desafio que ele inflinge ao tentarmos fazer associações dele com o texto!
Beto, você teria uma séie de desenhos com as características deste? Gostaria de fazer? Que tal se você fizesse uma série e usasse um recurso de transparência que fizesse com que o desenho, ao ser colocado aqui, desse a impressão de ter sido feito diretamente na página? Estou imaginando aqui o fundo do seu blog com um papel antigo, todo manchado, amarelado. Os desenhos para cada texto se relacionariam mais intimamente aos textos, ficariam mais integrados ao todo... Exemplos abaixo:
http://imageshack.us/photo/my-images/23/papel01.jpg/
http://img17.imageshack.us/img17/3618/papel02.jpg
Se quizer fazer, me fale. É superfácil. Você faria com um pé nas costas.
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