quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


A flor é feliz, porque um dia pode colocar todas as suas coisas interessantes numa caixona de vidro.
O homem estampado na sacola de papel craft fez questão de dar nome e resolveu que a caixona agora é uma vitrine.
Instituiu-se ali um empilhamento de características simples, porém de enorme substancialidade.
Uma sopa refinada de bom gosto.
O homem estampado no copo de vidro está pensando bastante sobre a utilidade intrínseca das coisas que ele produz, estando ainda estampado ali, no copo de vidro cônico, ou cilíndrico.
A certeza que o homem tem é que ele pode promover pequenas rachaduras no seu próprio copo vítreo e deve fazer e permanecer fazendo e dando seus pitacos nas coisas que são plausíveis de serem vistas e revisitadas, pelos olhares ainda desatentos.
Lugar santo esse, que recebe agora ornamentos tão elegantemente organizados pelas coisas aparentemente contrárias, tais como o leve e o pesado, o etéreo e o cheio de massa, o aço e o cetim.
A ligação nunca forjada entre as coisas deve permanecer assim, acontecendo, factuando, quase que obrigando os que têm olhos a verem.
A sentirem o gosto da delícia de saber o que essas coisas são, afinal, a delícia de ser o que se é é deliciosa mesmo.
A santa vem olhando pelo anteparo acrílico e vê uma esfera simbólica, dura, firme, e começou a fitá-la.
Até agora vem rodeando-a com uma fita de cetim roxa, circunferência a circunferência, fitando-a e voltando a fitá-la.
Fita tanto que a fita enfeita.
Enfeita com ainda mais surpresas, aquilo que originalmente já nasceu surpreendente

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