quinta-feira, 10 de março de 2011



A garota entra na fortaleza iluminada e integra-se na paisagem redonda da felicidade que tem o mesmo formato.
Encontra-se com as coisas inevitáveis, quando está disposta a tocar de leve as pétálas dos brincos.
A flor, cada arbusto, cada árvore frondosa, nada escapa aos botões brilhantes da menina que transcende os muros da obviedade.
O discurso da porta é longo, quase deixa marcas sonolentas, mas isso é um detalhe dourado, o que realmente importa, é a necessidade que os seus olhos têm de colocarem-se a mirar o fundo de uma coisa eletrizante.
Importa pouco se estás com toda a atenção nas falas, o que realmente importa é que um turbilhão imenso e forte é trazido à tona, quando colocas o olhar no extremo ponto, que só você enxerga.
Esse ponto é como o big bang desencadeador do universo, e o seu universo desencadeado você doa de mão beijada a todos que estão atentos à sua atenção acolhedora.
O queixo nem é o ponto.
É um instante eterno, belo, frondoso e florido.
Os papéis estão soltos sobre a mesa retangular e as mãos dispõe-se a tocar-lhes as faces.
O que vai acontecer a partir daí, o mundo vai conhecer em instantes futuros.
Deus de sempre é assim.
O que vai mudando é uma experiência após a outra, mas a experenciação é a mesma e diz respeito ao espírito das coisas.
O que emana das pessoas é devidamente reensinado e redimensionado.
Esse processo não é controlado, quem regula é o outro, à menina cabe apenas doar o olhar certeiro.
O outro regula se quiser, pois todos devem saber que ninguém é obrigado a nada e muito menos a partir dos oferecimentos estéticos e éticos da menina que dispõe pastilhas sobre a base.
A base é esta.
Ela coloca seus olhos no centros nevráugicos das coisas e as coisas lhe oferecem o sumo, a alma, as suas deliciosas dádivas.
Quem segue o aroma desse espetáculo acumula bençãos.
Um pássaro pousa num dos fios de alta tensão devidamente coberto pela camada de borracha.
Eu, pássaro, tampouco pouso, acompanho de perto

Nenhum comentário: