sexta-feira, 13 de julho de 2012

nadamos


Uma gota de sangue fica brilhante na palma da minha mão.
Resultado de um pequenino corte feito pela ponta de um vidro jateado quebrado.
Foi ele que virou tampo de criado mudo.
Ficou bonito e a gota de sangue transformou-se em mancha no pedaço de papel sulfite.
Eu sabia que após o almoço a mancha viraria peixe.
Bastaria um, ou dois, ou até mais traços pretos para que a veriravolta fosse realizada.
Um peixe e um vaso de vidro transparente, tornando-se ambos, outra realidade.
Nada.
Sim.
O peixe e eu nadamos num nadar cheio de coisas.
Eu também sabia - como agora é fato - que o pedaço de papel desenhado não mais existiria - se não lixo - porém resistiria noutra linguagem.
É foto e é fato